TRIBUTO
A CHICO BUARQUE DE HOLANDA
Um
dia acordei inesperadamente
e
Injuriado, pois
A Vizinha do Lado
fazia
tanto barulho, que imaginei o hotel em Construção.
Beatriz ainda de
Camisola do Dia bateu a minha
porta, pedindo informações
sobre as
Lendas Brasileiras e
em particular sobre Lendas e Mistérios da Amazonia.
Ela È Dançarina e
trabalhava numa casa chamada O Circo Místico
e queria criar um novo número para
se apresentar, pois estava
cansada de encenar
a Ciranda da
Bailarina, espetáculo a três
temporadas em cartaz.
Após
atende-la, voltei a me deitar e sentindo
saudades do lar, da minha
terra natal, fiquei
pensando, qual seria
A Cidade Ideal para me fixar?
A
Vida de Viajante conta a Minha
História, pois foi vendo A
Aurora de Nova York, naqueles
Anos Dourados, ganhando
Dinheiro Em Penca, que
após Doze Anos,
pensei em dar um
Bye, Bye Brasil,
mas como
o Amanhã Ninguém
Sabe, talvez uma
Outra Noite e Outros Sonhos, melhorem
minha sensação de Abandono.
Assim
com um sorriso no pensamento
Até Pensei, poxa
Logo Eu ?, Carioca nascido
na Rua Almirante Tamandaré no
Flamengo, camarada
de Jorge Maravilha, o
Nego Maluco, acostumado
com a Brisa do
Mar, O Futebol, não
posso
querer derramar
lágrimas, como o Pivete derrama
ao ser flagrado em delito pela autoridade, furtando um picolé, e ter
que ouvir o policial dizer “ pare com esse choro moleque,
isso é Choro Bandido”. Esses
pensamentos foram a Gota D'água e
decidi, Chega
de Saudade, voltarei.
No
Grande Hotel onde me hospedava
em Hollywood, A
Cidade Dos Artistas, acordado
que fora Fora de Hora, tomava
meu café Sem Açúcar por
recomendação do
Dr. Getulio e estando
Sem Compromisso mais
imediato, resolvi escrever uma Carta ao Tom, relatando
um pouco do meu Cotidiano, afinal
Amigo é Pra Essas Coisas e é
sempre bom recordar Um Tempo Que Passou.
Peguei
O Caderno, que estava em minha
mochila Atrás da Porta, e
estando
em especial Hoje
bastante Sentimental e
com vontade de
recordar o Bom
Tempo, onde Eu e Voce
na Flor Da Idade,
vivíamos gritando Alô Liberdade, conversando
Sobre Todas as Coisas e
cantando em voz alta pela rua a Cancion Por la Unidad de
Latino América, bons tempos.
Sentei na escrivaninha segurando uma Corrente, presente de
minha Maninha e iniciei a missiva.
São Paulo, Dezembro de 2015
“Querido
Amigo, sei que existem outros
meios de comunicação, mas prefiro As Cartas que
é como eu estivesse Cara a Cara conversando
com você, sentado
na mesa de um bar no Morro Dois Irmãos.
Na Roda Viva
da vida as vezes Uma Palavra
é um Bom Conselho e
Basta Um Dia de
Acalanto, Com Açúcar e Com Afeto para
que eu novamente celebre a
Vida, Até O fim.
Após
o fim do chamado Milagre Brasileiro, sentindo
falta da música, Voltei a Cantar, pensando
em retornar ao Show Biz. Tomei
esta decisão quando num Sabado a Noite voltando
da Ópera , passei
por um Chafariz e
observei
alguém tocando um
blues, estando
o musico tão
absorto nessa tarefa,
parecendo
que tocava o
seu Último Blues. Por
volta da Meia-noite cheguei
ao hotel, onde acontecia
uma festa na Sala de Recepção. Pensei
em dar volta e acessar outra entrada, mas o gerente me viu e acenou,
convidando-me a ir até a
sala. A Festa
Imodesta, parecia ser um
encontro das Nações Unidas pela
presença de pessoas de várias nacionalidades,
e ao ser apresentado a algumas
delas, logo
me identificaram como cantor e pediram para que eu
cantasse algumas canções. Um italiano pediu para C'é piú
samba e um frances Dis-mois
Comment e sem frescura peguei
um violão e iniciei o concerto, que
Seu Chopin me Desculpe, por
usar este termo, lembrando
de um conselho de meu pai, que me dizia “as vezes Vence
Na Vida Quem Diz Sim.” Por
conta do clima animado, começei tocando um Bolero Blues,
mas a recepção
não foi
muito animadora, e então ataquei de
nossas obras; primeiro
foi Um Chorinho, depois
uma Valsinha, relembrei
a Tropicália, passei
para o Partido Alto e encerrei
com Uma Canção Inédita. Após
os aplausos, uma mulher se destacou e reparei que ela trabalhava na
festa e,
diringindo-se a mim disse em português, Deus Lhe Pague.
Fiquei
tão agradecido que
resolvi continuar com o
Pagodespell (foi o
que entendi) quando um gringo pediu para
eu continuar tocando,
colocando uma nota de
Cem Mil Réis ou melhor de cem
dólares no meu bolso.
Troquei
o violão pelo Bandolim e
acompanhado pelos musicos da orquestra local,
cantei A Banda, um
Fado Tropical e
De Volta Ao samba me
deixei embalar pela alegria daquela Noite de Verão,
uma das mais alegres que
tive Na Carreira de
musico. Olha amigo
foi um Forrobodó
daqueles, igual
ao
que tivemos lá em Fortaleza, quando
fomos convidados a assistir O Casamento dos Pequenos
Burgueses, João e Maria,
nossos amigos de faculdade, na Casa de João
da Rosa e Dona Carola,
pais da noiva. Voce se
lembra, foi
o acontecimento do ano, sendo
Noticía de Jornal
com direito A Foto da Capa.
O casal após a cerimonia,
veio nos cumprimentar e agradecer pela presença e eu respondi “
Olha Maria, você é
a Noiva da Cidade, A Mais Bonita,
A Moça do Sonho que
quer Viver do Amor, parece
um Sonho Impossível, mas
você é assim, Uma Menina que
nunca aceitou Qualquer Amor”. O
casal agradeceu nossos
mimos e
convidou-nos a ir no
dia seguinte
com eles e convidados,
conhecer
A Ilha.
Nossa
hospedagem estava reservada
num local conhecido como
A Pousada do Bom Barão, localizado
no Subúrbio da
cidade, numa vila chamada Brejo da Cruz, onde
nos recebeu
com educação e alegria na
porta da estalajem, Meu
Caro Barão e seu filho Léo.
A pousada era simples, mas confortável, apresentando aquele ar de
casa de Gente Humilde, mas extremamente hospitaleira. Enquanto
conversava com o propietário, reparei na parede da sala de estar um
Retrato Em Branco e Preto, da mãe do dono do local, e mais a
frente notava-se uma pintura da Rosa-dos-Ventos, como a
indicar os vários caminhos possíveis aos viajantes.
No
dia seguinte após o café, um carro veio nos apanhar, conduzindo-nos
até o local de partida do barco. Uma Embarcação de
tamanho
médio, estava ancorada, aguardando os navegantes, que chegavam em
grupos, falantes e sorridentes. Pintado em letras grandes, nas cores
vermelho e azul, destacava-se o nome do barco; O Corsário
Do Rei, que seria conduzido por
um experiente capitão, conhecido como O Velho Francisco,
que nos levaria por uma
excursão Na Ilha de Lia, No Barco de Rosa.
Vários colegas de faculdade do
curso de Filosofia
estavam presentes, sendo em
sua maioria do time feminino. Pude rever então; A Rita, A
Rosa, Angélica, Barbára, Carolina, Cecília,
Januária, prima da
noiva, Juca, Kalu, Ligía, Lola,
as gêmeas Luisa e Luiza,
que os pais fizeram questão de registrar, mudando apenas a grafia,
Nicanor, Nina, Renata Maria, Silvia, Joana Francesa
e Ana de Amsterdam, que
carregavam no nome a origem de nascimento, saudosas
amigas. Dentre todas elas,
me lembro daquela
que na Bolsa de Amores,
tinha a cotação mais alta; Yolanda, Morena Bela.
Quando conheci,
Aquela Mulher
ela me pareceu
ser Dura Na Queda,
mas na verdade
era
uma Divina Dama.
Parecia
Mais Uma Estrela e por conta
De Sua Formosura, de sua
postura Faceira, Moto-Continuo,
meu Suburbano
Coração, me
deixou numa Fantasia de
Felicitá. Sonhos Sonhos
São, e me lembro de que me
apiaxonei De Todas as Maneiras,
e
ao revê-la naquele passeio,
uma Lagrima de
saudades correu pelo canto do meu
olho. Mas hoje para mim ela
é Sinal Fechado.
Bem
Meu Caro Amigo,
vou encerrar, já me alonguei por demais, e como
não sou de ficar dando
Murro Em Ponta De Faca,
pode esperar A
Volta do Malandro. Agora
Falando Sério, que coisa chata
o que aconteceu com o Julinho da Adelaide
não? Parece que ele teve Um Dia De Cão sendo
ofendido por uns caras que tenho certeza nunca costruiram nada para o
país. Gostaria de ter estado aí com ele
e vocẽ Mano a
Mano, enfrentando esses
“valentes brasileiros”,
para eles dedico uma musica apropiada Ode aos Ratos.
Fica
aqui minha solidariedade ao amigo
Julinho, dizendo a ele,
siga Sempre Em Frente por
que logo estaremos
Todos Juntos na Capital
do Samba, e entre
Umas E Outras, vamos participar
de um Ensaio Geral,
onde
Desde Que o Samba É Samba, você
é um dos maiores. E
para esses seus detratores
diga bem alto, “Tira
as Mãos de Mim, YES ZÉ MANÉS”.
Até
Segunda Feira, cordialmente,
Antonio
Brasileiro.