sábado, 16 de janeiro de 2016

HOMENAGEM A CHICO BUARQUE


TRIBUTO A CHICO BUARQUE DE HOLANDA

Um dia acordei inesperadamente e Injuriado, pois A Vizinha do Lado fazia tanto barulho, que imaginei o hotel em Construção. Beatriz ainda de Camisola do Dia bateu a minha porta, pedindo informações sobre as Lendas Brasileiras e em particular sobre Lendas e Mistérios da Amazonia. Ela È Dançarina e trabalhava numa casa chamada O Circo Místico e queria criar um novo número para se apresentar, pois estava cansada de encenar a Ciranda da Bailarina, espetáculo a três temporadas em cartaz. Após atende-la, voltei a me deitar e sentindo saudades do lar, da minha terra natal, fiquei pensando, qual seria A Cidade Ideal para me fixar?
A Vida de Viajante conta a Minha História, pois foi vendo A Aurora de Nova York, naqueles Anos Dourados, ganhando Dinheiro Em Penca, que após Doze Anos, pensei em dar um Bye, Bye Brasil, mas como o Amanhã Ninguém Sabe, talvez uma Outra Noite e Outros Sonhos, melhorem minha sensação de Abandono.
Assim com um sorriso no pensamento Até Pensei, poxa Logo Eu ?, Carioca nascido na Rua Almirante Tamanda no Flamengo, camarada de Jorge Maravilha, o Nego Maluco, acostumado com a Brisa do Mar, O Futebol, não posso querer derramar lágrimas, como o Pivete derrama ao ser flagrado em delito pela autoridade, furtando um picolé, e ter que ouvir o policial dizer “ pare com esse choro moleque, isso é Choro Bandido”. Esses pensamentos foram a Gota D'água e decidi, Chega de Saudade, voltarei.
No Grande Hotel onde me hospedava em Hollywood, A Cidade Dos Artistas, acordado que fora Fora de Hora, tomava meu café Sem Açúcar por recomendação do Dr. Getulio e estando Sem Compromisso mais imediato, resolvi escrever uma Carta ao Tom, relatando um pouco do meu Cotidiano, afinal Amigo é Pra Essas Coisas e é sempre bom recordar Um Tempo Que Passou.
Peguei O Caderno, que estava em minha mochila Atrás da Porta, e estando em especial Hoje bastante Sentimental e com vontade de recordar o Bom Tempo, onde Eu e Voce na Flor Da Idade, vivíamos gritando Alô Liberdade, conversando Sobre Todas as Coisas e cantando em voz alta pela rua a Cancion Por la Unidad de Latino América, bons tempos.
Sentei na escrivaninha segurando uma Corrente, presente de minha Maninha e iniciei a missiva.
São Paulo, Dezembro de 2015
Querido Amigo, sei que existem outros meios de comunicação, mas prefiro As Cartas que é como eu estivesse Cara a Cara conversando com você, sentado na mesa de um bar no Morro Dois Irmãos. Na Roda Viva da vida as vezes Uma Palavra é um Bom Conselho e Basta Um Dia de Acalanto, Com Açúcar e Com Afeto para que eu novamente celebre a Vida, Até O fim.
Após o fim do chamado Milagre Brasileiro, sentindo falta da música, Voltei a Cantar, pensando em retornar ao Show Biz. Tomei esta decisão quando num Sabado a Noite voltando da Ópera , passei por um Chafariz e observei alguém tocando um blues, estando o musico tão absorto nessa tarefa, parecendo que tocava o seu Último Blues. Por volta da Meia-noite cheguei ao hotel, onde acontecia uma festa na Sala de Recepção. Pensei em dar volta e acessar outra entrada, mas o gerente me viu e acenou, convidando-me a ir até a sala. A Festa Imodesta, parecia ser um encontro das Nações Unidas pela presença de pessoas de várias nacionalidades, e ao ser apresentado a algumas delas, logo me identificaram como cantor e pediram para que eu cantasse algumas canções. Um italiano pediu para C'é piú samba e um frances Dis-mois Comment e sem frescura peguei um violão e iniciei o concerto, que Seu Chopin me Desculpe, por usar este termo, lembrando de um conselho de meu pai, que me dizia “as vezes Vence Na Vida Quem Diz Sim.” Por conta do clima animado, começei tocando um Bolero Blues, mas a recepção não foi muito animadora, e então ataquei de nossas obras; primeiro foi Um Chorinho, depois uma Valsinha, relembrei a Tropicália, passei para o Partido Alto e encerrei com Uma Canção Inédita. Após os aplausos, uma mulher se destacou e reparei que ela trabalhava na festa e, diringindo-se a mim disse em português, Deus Lhe Pague. Fiquei tão agradecido que resolvi continuar com o Pagodespell (foi o que entendi) quando um gringo pediu para eu continuar tocando, colocando uma nota de Cem Mil Réis ou melhor de cem dólares no meu bolso. Troquei o violão pelo Bandolim e acompanhado pelos musicos da orquestra local, cantei A Banda, um Fado Tropical e De Volta Ao samba me deixei embalar pela alegria daquela Noite de Verão, uma das mais alegres que tive Na Carreira de musico. Olha amigo foi um Forrobodó daqueles, igual ao que tivemos lá em Fortaleza, quando fomos convidados a assistir O Casamento dos Pequenos Burgueses, João e Maria, nossos amigos de faculdade, na Casa de João da Rosa e Dona Carola, pais da noiva. Voce se lembra, foi o acontecimento do ano, sendo Noticía de Jornal com direito A Foto da Capa. O casal após a cerimonia, veio nos cumprimentar e agradecer pela presença e eu respondi “ Olha Maria, você é a Noiva da Cidade, A Mais Bonita, A Moça do Sonho que quer Viver do Amor, parece um Sonho Impossível, mas você é assim, Uma Menina que nunca aceitou Qualquer Amor”. O casal agradeceu nossos mimos e convidou-nos a ir no dia seguinte com eles e convidados, conhecer A Ilha.
Nossa hospedagem estava reservada num local conhecido como A Pousada do Bom Barão, localizado no Subúrbio da cidade, numa vila chamada Brejo da Cruz, onde nos recebeu com educação e alegria na porta da estalajem, Meu Caro Barão e seu filho Léo.
A pousada era simples, mas confortável, apresentando aquele ar de casa de Gente Humilde, mas extremamente hospitaleira. Enquanto conversava com o propietário, reparei na parede da sala de estar um Retrato Em Branco e Preto, da mãe do dono do local, e mais a frente notava-se uma pintura da Rosa-dos-Ventos, como a indicar os vários caminhos possíveis aos viajantes.
No dia seguinte após o café, um carro veio nos apanhar, conduzindo-nos até o local de partida do barco. Uma Embarcação de tamanho médio, estava ancorada, aguardando os navegantes, que chegavam em grupos, falantes e sorridentes. Pintado em letras grandes, nas cores vermelho e azul, destacava-se o nome do barco; O Corsário Do Rei, que seria conduzido por um experiente capitão, conhecido como O Velho Francisco, que nos levaria por uma excursão Na Ilha de Lia, No Barco de Rosa. Vários colegas de faculdade do curso de Filosofia estavam presentes, sendo em sua maioria do time feminino. Pude rever então; A Rita, A Rosa, Angélica, Barbára, Carolina, Cecília, Januária, prima da noiva, Juca, Kalu, Ligía, Lola, as gêmeas Luisa e Luiza, que os pais fizeram questão de registrar, mudando apenas a grafia, Nicanor, Nina, Renata Maria, Silvia, Joana Francesa e Ana de Amsterdam, que carregavam no nome a origem de nascimento, saudosas amigas. Dentre todas elas, me lembro daquela que na Bolsa de Amores, tinha a cotação mais alta; Yolanda, Morena Bela. Quando conheci, Aquela Mulher ela me pareceu ser Dura Na Queda, mas na verdade era uma Divina Dama. Parecia Mais Uma Estrela e por conta De Sua Formosura, de sua postura Faceira, Moto-Continuo, meu Suburbano Coração, me deixou numa Fantasia de Felicitá. Sonhos Sonhos São, e me lembro de que me apiaxonei De Todas as Maneiras, e ao revê-la naquele passeio, uma Lagrima de saudades correu pelo canto do meu olho. Mas hoje para mim ela é Sinal Fechado.
Bem Meu Caro Amigo, vou encerrar, já me alonguei por demais, e como não sou de ficar dando Murro Em Ponta De Faca, pode esperar A Volta do Malandro. Agora Falando Sério, que coisa chata o que aconteceu com o Julinho da Adelaide não? Parece que ele teve Um Dia De Cão sendo ofendido por uns caras que tenho certeza nunca costruiram nada para o país. Gostaria de ter estado aí com ele e vocẽ Mano a Mano, enfrentando esses “valentes brasileiros”, para eles dedico uma musica apropiada Ode aos Ratos.
Fica aqui minha solidariedade ao amigo Julinho, dizendo a ele, siga Sempre Em Frente por que logo estaremos Todos Juntos na Capital do Samba, e entre Umas E Outras, vamos participar de um Ensaio Geral, onde Desde Que o Samba É Samba, você é um dos maiores. E para esses seus detratores diga bem alto, “Tira as Mãos de Mim, YES ZÉ MANÉS”.
Até Segunda Feira, cordialmente,
Antonio Brasileiro.